- Conta-me uma história de encantar!
E uma história a surgir da tua boca, amorosa, para mim.
Uma história, e não
- Uma história?!
ou
- Que história é que queres que te conte?
como um
- Se tem mesmo de ser! - silencioso
mas apenas
- Era uma vez…
… amorosa, para mim.
A encantar-me.
- Era uma vez…
…da tua boca…
porque todas as histórias começam assim, ou não seria histórias de encantar, como as que
- Há muito, muito tempo…
E uma história a surgir da tua boca, amorosa…
Simplesmente porque eu
…
A encantar-me.
Tudo era simples no tempo em que eu
- Conta-me uma história de encantar!
e tu ma contavas tão simplesmente.
…amorosa…
Não era submissão, como os submissos poderiam julgar, mas amor. Só quem ama conta histórias de encantar quando
- Conta-me uma história…
Quem é submisso conta carneiros - eventualmente em forma de histórias - para entreter o tempo, para encantar o sono.
Não amaria Scheherazade o rei Shahryar?
Se não amasse ter-lhe ia contado carneiros - eventualmente em forma de histórias - para entreter o tempo, para…
carneiros
mas não histórias. Só quem ama conta histórias de encantar.
- Era uma vez…
não
- Há muito, muito tempo…
- …uma vez…
A nossa vez
A vez em eu te dizia
- Fica nua, que te quero demasiado!
E a roupa a cair-te aos pés, sobrando, num sorriso dado, e não
- Fico nua?!
ou
- Assim, sem mais nem menos?!
como um
- Se tem mesmo de ser! - silencioso
mas apenas
… a roupa a cair-te aos pés… num sorriso
Porque eu te queria, demasiado, e nada mais importava que tal. A roupa a cair-te aos pés, sobrando
e tu na minha direcção
num sorriso dado
Tudo era simples no tempo em que eu
- Fica nua...
não por submissão, como os submissos poderiam julgar, mas por amor. Só quem ama se despe quando
- Fica nua, que te quero demasiado!
Quem é submisso tira a roupa - eventualmente em forma de ficar nu - para seduzir o tempo, para encantar o sono.
Não amaria Scheherazade o rei Shahryar?
Se não amasse teria tirado a roupa - eventualmente em forma ficar nua - para seduzir o tempo, para…
mas não nua. Só quem ama fica nu. Tudo o mais é conversa. Única e exclusivamente conversa.
Nada disto é compreensível. Nada! Rigorosamente nada. E nada disto é explicável. Nada! Rigorosamente nada.
- Aninha-te, que quero ir-me!
E o teu corpo a moldar-se à forma natural, para mim, e não
- Aninho-me?!
ou
- Como assim?
como um
- Se tem mesmo de ser! - silencioso
mas apenas
a descobrir a nuca ansiosa,
suada,
Subindo os rins,
sem palavras (em silêncio).
Tu sabes,
fêmea amestrada pelo instinto!
Esticando os dedos até ao limite de si.
Até ao limite;
mesmo até ao limite.
Suspirando,
surpreendendo-se.
Inspirando fundo e prendendo-me o cheiro dentro de si…
libertando-o,
devagar,
devagar,
devagar…
Abandonando-se num gemido e arrepanhando o leito como um gatinho a mamar.
Derretendo-se!
Tudo era simples no tempo em que eu
- Aninha-te!
não por submissão, como os submissos poderiam julgar, mas por amor. Só quem ama se aninha quando
- Aninha-te que quero ir-me!
Quem é submisso ajoelha-se - eventualmente em forma de aninho - para rezar ao tempo, para adorar o sono.
Não amaria Scheherazade o rei Shahryar?
Se não amasse ter-se-ia ajoelhado - eventualmente em forma de aninho - para rezar ao tempo, para…
mas não aninhado. Só quem ama se aninha quando
…
…nada disto é explicável. Nada! Rigorosamente nada.
2 comments:
as vezes é preciso um manual de instruções ou um diccionário para traduzir a linguagem estranha que os amantes teimam em usar mesmo sabendo que alem do outro n a perceber, mais vale estar calado que o silêncio encarrega-se do resto...
…tu é que me cativas, raposa! (ainda estou para saber que som fazem as raposas…deve ser cócórócócó, para enganar as galinhas. sim, que não se pense que as raposas são parvas!)
Post a Comment